terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Repetição dos meus alguéns.

Um mundo em que enxergo com os meus olhos
me faz sentir a falta de alguém.
Observo os vários mundos nos olhos de alguém.
Me descubro no sorriso de alguém.

Compro expectativa na esperança de vários alguéns.
Me iludo e me realizo nas vontades de mais alguém.
Fico feliz com as realizações dos alguéns que me fazem bem.

Pois todos esses alguéns me tornam um alguém de mais
alguém, de tanto me fazerem bem.
E ao olhar nos olhos desse alguém acabo me tornando
um olhar de mais alguém.

Um comentário:

  1. Antes que alguém ache estranho:

    Embora o plural de alguém não se use, a forma “alguéns” está de acordo com os princípios da ortografia portuguesa. Com efeito, para indicar que uma palavra terminada em -m é aguda, há que aplicar o acento agudo à última sílaba. Assim se entende, por exemplo, que a segunda pessoa do singular do presente do indicativo do verbo manter é manténs («Porque manténs essa opinião?»). A falta de acento levaria a pronunciar a forma em apreço como grave, à semelhança de homens e virgens.

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